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Pelos caminhos da proteção: a assistência à infância no período de 1883 a 1922

Acadêmica: Lucivani Soares Zanélla

Orientadora: Maria Lucia Boarini

Ano: 2014

Resumo: Na sociedade ocidental, a infância, enquanto um segmento social específico, passa a ser objeto de preocupação e estudo da ciência nas últimas décadas do século XIX. É deste período também, que emergem no Brasil os primeiros serviços de atenção à infância, pautados em propostas de caráter científico e movimentos iniciais em prol de políticas públicas voltadas à criança. Neste sentido, este estudo tem como objetivo geral recuperar e analisar as razões históricas da criação dos serviços de atenção à infância no Brasil, em especial a saúde mental, no período de 1883 a 1922. Para alcançar tal objetivo, priorizamos as fontes primárias, com destaque para os Anais do Primeiro Congresso Brasileiro de Proteção à Infância realizado em 1922, no Rio de Janeiro e para os Anais do Primeiro Congresso Internacional de Proteção à Infância realizado na cidade de Paris em 1883, recorremos também a outras publicações desta época, tal como os Archivos Brasileiros de Hygiene Mental. O período destacado para este estudo, deve-se ao fato de que entre 1883 a 1922 foram constituídos relevantes serviços destinados aos cuidados relacionados à infância, tais como o Instituto de Proteção à Infância (1899), o Departamento da Criança no Brasil (1919), o Pavilhão Escola Bourneville (1903). Além disso, aconteceram os primeiros congressos de proteção à infância cujos anais nos servem de fontes primárias. Como resultados deste estudo, destaca-se a recuperação da história como uma importante condição para a construção do conhecimento. A relevância do conteúdo dos Anais analisados nos permite situar a questão da infância como categoria construída sob os ditames da organização social e material da sociedade, sob a égide do capitalismo. Além disso, permite compreender que a sociedade diferencia as crianças e os serviços a elas destinados, conforme a classe social a qual pertencem.

 

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