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A "natureza feminina" no imaginário social

Mulher. Imprensa operária. Imprensa científica

Pesquisadora: Maria Lucia Boarini

Período: 2017 – 2018

Acadêmica: Beatriz Colabone Siqueira

Resumo: No início do século XX no Brasil, o discurso hegemônico representava a mulher enquanto “rainha do lar”. Entretanto, as mulheres da classe trabalhadora divergiam desse modelo diante da necessidade de trabalharem para garantir o orçamento familiar. Neste estudo temos como objetivo refletir sobre a concepção de mulher veiculada pela literatura, imprensa operária e científica no Brasil no início do século XX. Como fontes primárias e principais foram utilizados os Archivos Brasileiros de Hygiene Mental (1925-1947), o jornal operário A Plebe (1917-1951), O Quinze (1930) de Rachel de Queiroz e Parque Industrial (1933) de Patrícia Galvão. Após análise rigorosa, à luz dos acontecimentos históricos daquele período, os resultados indicam que imperava de modo geral, um ideal de mulher pautado na existência de uma “natureza feminina”, que significa a aptidão natural da mulher para o cuidado com o lar e com os filhos. Entretanto, em algumas publicações da imprensa operária tem-se a imagem da mulher trabalhadora não correspondente com os ditames, validados pela imprensa científica, da moral burguesa da época.